COMIR está preocupado com racismo nas escolas
![](https://static.wixstatic.com/media/50296f_a558d1e70af543f4b138facc2fac4685~mv2.jpg/v1/fill/w_144,h_96,al_c,q_80,usm_0.66_1.00_0.01,blur_2,enc_auto/50296f_a558d1e70af543f4b138facc2fac4685~mv2.jpg)
“Infelizmente, em Barretos, estamos tendo muitos casos de crianças que estão sofrendo racismo nas escolas”, afirmou Ana Paula Ferreira, presidente do COMIR (Conselho Municipal de Igualdade Racial), durante solenidade sobre a Consciência Negra, realizada na Câmara Municipal.
A presidente revelou ainda que há alguns casos de intolerância religiosa nas escolas de ensino fundamental II. Os estabelecimentos pedem a interferência do COMIR para conversar com as crianças a fim de que possam entender os seus limites.
Segundo Ana Paula Ferreira, a criança apenas reproduz o racismo e precisa ser corrigida e orientada, para que as próximas gerações tenham um novo olhar sobre a questão. Ela lembrou que racismo é crime e pode destruir a saúde mental da pessoa que é vítima. Ele adoece a vítima e o agressor, explicou.
Ana Paula Ferreira defendeu o diálogo familiar como forma para explicar as razões desta violência e agressão. A consciência racial é um combate ao racismo estrutural, salientou.
Para a presidente do COMIR, a sociedade está abraçando a causa, prestando mais atenção principalmente na questão do racismo. “Nosso movimento está fazendo diferença principalmente na vida das crianças”, afirmou.
“Quando for ofendido e agredido por causa de sua crença religiosa, o adepto da religião de matriz africana deve se posicionar e colocar publicamente a ofensa. É preciso não ter vergonha de dizer que segue religião de matriz africana e foi ofendido no seu direito”, sustentou Mãe Sílvia de Xangô.
A umbandista lembrou que o estatuto de igualdade racial trata do direito de liberdade de consciência, de crença e ao livre exercício dos cultos religiosos. O racismo ou ódio fere o povo negro na sua dignidade, causando danos a sua saúde mental e integridade física, salientou.
Mãe Sílvia de Xangô citou lei de autoria de deputada Leci Brandão (PCdoB), que pune administrativamente no estado de São Paulo, empresas e pessoas que praticam discriminação religiosa. Ela observou que há muitas notícias falsas sobre práticas religiosas de matriz africana, principalmente sobre a liturgia no candomblé.
Mãe Sílvia ressaltou que os terreiros precisam manter os portões fechados, trancados, como se estivessem numa prisão. Há medo por causa de ataques e vandalismo. “Estamos adoecendo com a intolerância religiosa”, disse, lembrando que o site da Secretaria de Justiça e Cidadania do Estado recebe denúncias sobre a intolerância religiosa.
Mãe Sílvia de Xangô veio de Araraquara/SP e palestrou na noite de quarta-feira (9), na Câmara Municipal de Barretos, na sessão solene sobre o mês da consciência negra.