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Acidentes em Barretos deixam 64 feridos nos três primeiros meses do ano

Campanha reforça necessidade de ações para prevenir acidentes de trânsito

Diariamente, as emergências dos hospitais ficam lotadas de pacientes vítimas de acidentes de trânsito. Também todos os dias, pessoas perdem a vida nas ruas, pelo mesmo motivo. O cenário atual é preocupante.

No Brasil, o trânsito mata mais de 33 mil pessoas por ano. Em São Paulo – estado mais populoso do país, por exemplo, o primeiro trimestre de 2023 já registrou 1.152 óbitos em decorrência de acidentes, contra 1.143 no mesmo período do ano passado.

A mistura de álcool e direção, mesmo que proibida por lei, continua sendo um potencial agente causador. Em 2022, motoristas com suspeita de embriaguez provocaram mais de 325 mil acidentes em todo o país, quase 50% a mais do que o registrado em 2021, segundo dados da Secretaria Nacional de Trânsito. Só nos dois primeiros meses deste ano, foram 539 acidentes causados por motoristas embriagados, de acordo com a Polícia Rodoviária Federal.

Estatísticas envolvendo motociclistas também trazem alerta: no fim de abril, Boletim Epidemiológico lançado pelo Ministério da Saúde mostrou um aumento da taxa de internações desse público entre 2011 e 2021, em 55%, considerando apenas a rede do SUS e conveniados, com custo de R$ 167 milhões, apenas no ano retrasado.

As lesões de trânsito são um grave problema de saúde pública global, configurando entre as dez principais causas de morte em países de baixa e média renda e a sexta causa de DALY - da sigla em inglês ‘Disability Adjusted Life Years’, que significa “anos de vida perdidos ajustados por incapacidade”.

“Os acidentes de trânsito são a principal causa de politraumatismo, em que dois órgãos ou mais, ou a partir de duas partes distintas do corpo, são lesionadas gravemente. É uma situação que leva o paciente a uma condição de esgotamento da capacidade fisiológica de equilíbrio orgânico, o que pode resultar em óbito. Após sofrer politraumatismo, recuperar-se totalmente é algo raro, pois, geralmente, um acidente de grande impacto deixa sequelas, as quais limitará a vítima por toda a vida”, ressalta o presidente da Sociedade Brasileira de Trauma Ortopédico (TRAUMA), José Octavio Soares Hungria.

A Polícia Rodoviária Federal pontua que quase 80% dos acidentes poderiam ser evitados por mudanças de conduta dos motoristas. Um aumento médio na velocidade em 1 km/h, por exemplo, está associado a um aumento em 3% no risco de uma colisão produzir lesões.

Em colisões graves, o aumento do risco é ainda maior: um aumento médio em 1 km/h na velocidade aumenta em 5% o risco de colisões graves ou fatais.

Quando o problema envolve pedestres, eles têm 90% de chance de sobreviver a uma colisão de um veículo que circula a uma velocidade igual ou abaixo de 30 km/h, mas em um impacto a uma velocidade igual ou acima de 45 km/h, as chances de sobrevivência ficam abaixo de 50%.

A probabilidade de um pedestre morrer aumenta 8 vezes quando a velocidade de impacto do veículo aumentar de 30 km/h para 50 km/h.

Em um acidente de trânsito, o especialista ressalta que, durante a remoção, o tronco, o pescoço e as vias respiratórias do paciente devem estar protegidos para que uma possível lesão da coluna e/ou medula não tenha seu estado agravado.

“Se a pessoa estiver inconsciente, enquanto o resgate não chega, a vítima não deve ser mobilizada. Deve-se esperar chegar profissionais treinados que possam manipular a vítima com segurança, evitando que o seu estado de saúde se torne mais grave”, aponta o especialista.

Impactos

As lesões causadas por acidentes de trânsito acarretam não só danos físicos, mas também emocionais e econômicos, ressalta o presidente do TRAUMA.

“Para cada morto, ferido ou incapacitado em decorrência de uma colisão de trânsito, toda a família é afetada. O custo do cuidado médico prolongado, a perda de um membro que sustenta a família ou os custos adicionais necessários para cuidar de pessoas incapacitadas, impactam significativamente a renda do lar”, pontua o especialista.

Ele salienta que, embora a prevenção aos acidentes de trânsito seja pauta reforçada no mês de maio, a questão deve ser lembrada todos os dias, assim como serem executadas ações que enfrentem e combatam o problema.

“A segurança no trânsito envolve diferentes setores. Deve ser ressaltada aos filhos desde pequenos, abordada em campanhas nas escolas, no trabalho, nos hospitais, empresas, órgãos públicos, etc. Não são poucos os números que evidenciam a magnitude dessa problemática e, cada vez mais, há a necessidade de uma estrutura funcional e eficaz para o desenvolvimento e implementação de políticas e programas que previnam as lesões e as mortes causadas pelo trânsito”, conclui José Octavio Soares Hungria.

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